O Papa Francisco com os jesuítas da Coreia... (cf. A. Spadaro e M. Sbardelotto)

Jesuítas coreanos...
No último dia 15/AGO, sexta-feira, o Papa Francisco decidiu se encontrar com os jesuítas na Sogang University/Seul, da Coreia. E o fez de surpresa, comunicando à comunidade apenas 24 horas antes. O Papa entrou e foi acolhido por um grande aplauso. Todos se apresentaram um por um no fim, mas no início foi por atividades: noviços, jovens jesuítas em formação, depois aqueles que lidam com o apostolado espiritual, o apostolado juvenil, e os da Universidade. Foi verdadeiramente uma grande festa.
O papa desfrutou muito desse clima e, então, depois de algumas poucas palavras introdutórias de saudação, o papa falou. Falou de improviso, absolutamente de improviso e foi um discurso simples e poderoso, todo centrado em uma palavra – que, para nós, jesuítas, é uma palavra fundamental: A consolação espiritual. Ele disse que nós somos ministros da consolação e que, às vezes na Igreja experimentam-se cansaço e até feridas por parte dos ministros da Igreja. E repetiu aquela expressão sobre a Igreja como um "hospital de campanha". Ele a repetiu, e a confirmou. Essa é a sua visão da Igreja.
Assim, pois, a tarefa para nós jesuítas, e eu diria de todos ministros do Evangelho (sacerdotes, religiosos...) é a de sermos pessoas de consolação, que dão paz às pessoas e que aliviam suas feridas. 
Ele não falou da sua visita à Coreia, mas se referiu a uma situação particular, porque, durante o encontro com os jovens em Solmoe: Uma moça cambojana fez referência ao fato de que o seu país não tem um santo canonizado. Na realidade, há um mártir, o primeiro bispo, sobre cujas virtudes heroicas há um processo em andamento.

O papa ficou profundamente tocado pelo fato de uma moça tão jovem ter feito uma pergunta desse tipo. Isso o tocou profundamente e ele o repetiu, porque havia um jesuíta coreano que vive e trabalha no Camboja

Eis o que o Papa disse, de maneira e informal, que eu transcrevo a partir da gravação do seu discurso: 

Há uma palavra que me toca muito: consolação. Consolação como presença de Deus em qualquer modalidade sua. O nosso Santo Padre Inácio sempre tenta confirmar a decisão da reforma de vida ou da eleição de um estado de vida através do segundo modo de "eleição": a consolação. Consolação é uma palavra bonita para quem a recebe. Mas é difícil dar consolação.
Quando eu leio o livro da Consolação do profeta Isaías, vejo que é um trabalho próprio de Deus o de consolar, consolar o seu povo. Quando alguém vive um limite doloroso, se souber fazer isso com amor, torna-se uma semente de consolação para essa pessoa.
O povo de Deus precisa de consolação, precisa ser consolado, o consuelo. Eu acho que a Igreja é um hospital de campanha neste momento. O povo de Deus nos pede para ser consolado. Tantas feridas que precisam de consolação!... Devemos ouvir as palavras de Isaías: "Consolai, consolai o meu povo!".

Não há feridas que não possam ser consoladas pelo amor de Deus. Nós devemos viver desta maneira: buscando Jesus Cristo de modo a levar esse amor a consolar as feridas, a tratar das feridas.
Nesta noite, um grupo de jovens representou a parábola do filho pródigo. Ela representa bem qual é a atitude de Deus diante das nossas feridas.
Deus consola sempre, espera sempre, esquece sempre, perdoa sempre.
Há muitas feridas na Igreja. Feridas que muitas vezes provocamos nós mesmos, católicos praticantes e ministros da Igreja.
Não castiguem mais o povo de Deus! Consolem o povo de Deus! Muitas vezes, a nossa atitude clerical provoca o clericalismo, que faz tanto mal à Igreja. Ser sacerdote não dá o status de clérigos de Estado, mas de pastor. Por favor, sejam pastores e não clérigos de Estado. E quando estiverem no confessionário, lembrem-se de que Deus não se cansa nunca de perdoar. Sejam misericordiosos!
Agradeço muito a vocês!

Um comentário:

  1. "Creo que el Papa quiere que seamos todos los que nos decimos "Cristianos/as-católicos/as"; más "Misericordiosos/as", dejemos también actuar el "Corazón". Seamos Menos racionales y más compasivos/as. No afligir y condenar sobre todo al que sufre...
    Bendiciones abundantes Padre. Unidos en la oración".

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